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As Faces da minha Infância quinta-feira, setembro 24, 2009

    Saindo do Casulo
   Ano de 1984...piuííí,tic tic tic tic,piuííí,...o trem anda e minha concepção é consumada,talvez a trepidação tenha sido um agente importante para mamãe ter sido fecundada e diante de toda a agitação no passear pelos trilhos do Mato Grosso do Sul eis que minha vida foi iniciada.Pobres pais,mal sabiam a encrenca que arranjaram.
  Minha mãe carregava-me em seu ventre com muita felicidade,a pequena tão desejada,em seu útero se formava.Chegou o grande dia,17 de abril de 1985,15:10 pm , hora tão esperada,um médico japonês arrancou-me de suas entranhas,provavelmente ele me olhou,mas juro que não me lembro de nada.E o tempo foi passando,dos seios de minha mãe me alimentei até onde ela pôde,um problema em sua mama me fez mamar em outra ama,uma mãe de leite que hoje já não sei por onde anda.Antes do meu primeiro ano subimos o mapa e na Capital Federal fomos morar,na cidade Sobradinho,muitas coisas aprendi lá.Com menos de três anos de idade minha mãe voltou a engravidar e á outra menininha deu à  luz,minha irmãzinha Talita,linda,alva,de olhos azuis.Apesar da minha pouca idade ainda me lembro perfeitamente de quando fui à maternidade com meu pai e minha irmã mais velha e quando a olhei pela primeira vez no bercinho próximo ao leito de minha mãe,meu pai me ergueu porque minhas curtas pernas não me deixavam alcançar,então a fitei encantanda.
      Ainda lembro do pinheiro que tinha no jardim de casa e eu tomando leite na mamadeira perto dele,o Magno nosso cão fila brasileiro que eu fazia de cavalo,morreu envenenado,coitado!...As chuvas de granizo e eu e minha irmã mais velha,Rheyka, tentando apanhar as pedrinhas de gelo para chupar,só que a danada fazia, eu ,correr para pegar.Lembro também das amizades que ali tive e os rostos me vagam na memória.Cinco anos da minha vida se passaram ali na planejada cidade de Juscelino Kubitschek e neste período lembro de viagens que fizemos.
     Viajávamos sempre à uma fazenda em Goiás,íamos de carro e ainda recordo vagamente da estrada,das pontes de madeira nos precipícios enormes,a casa da fazenda,as emas caminhando livremente e eu e Rheyka tomando banho numa grande caixa de isopor.Minha mãe tentando dirigir,que desastre!As aventuras com meu pai à noite,uma cobra no meio do caminho da estrada de chão,a pescaria no rio com jacarés e meu pai como bom biólogo destemido me passava toda segurança de estar ali.Minha primeira cavalgada,montada numa égua sem cela,ai que tortura!quase me desmantela,minhas nádegas que o digam.E os jogos de cartas reunidos à mesa à luz de lampião,claro que eu não sabia jogar nada,mas ríamos,brincávamos,era de fato muito bom,tão bom que nem os anos apagaram da minha memória.
     Canoas,Rio Grande do Sul,nossas viagens de férias a visitar a família do meu pai e Maria a governanta da casa dos meus tios José e Urbano sempre nos recebendo com suas guloseimas, compotas, tortas, suspiros,merengues,tudo feito por suas prendadas mãos e que me faziam arregalar os olhos,afinal,qual criança não se sente enfeitiçada com doces á sua frente?A varanda coberta de uvas verdes no qual eu me pendurava na pérgola para comê-las.Cidreira,praia de água fria,salgada e levemente castanha...casa quase de frente ao mar,tantas recordações tenho de lá!As idas às dunas de areia e o "Pelé",filho da Maria,negão alto,me levava nas costas nas subidas,descidas rolando o corpo na areia e no final um laguinho cheio de girinos.O carrinho do vendedor de rebuçados,puxa-puxa,torrone,quindim,entre muitos nomes que só recordo o sabor,hummm! Um fim de tarde inesquecível,eu,minha mãe e minhas irmãs sentadas na mureta que nos erguia a ter uma vista maravilhosa do mar,o sol quase de ponho com o tempo nublado e as baleias a nos dar um espetáculo com suas caudas a salientar alto fora da água.Os jogos de taco-ball,o cestão de embalo...saudosos momentos da minha puerícia.
     
 

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