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Imergindo em Mim sexta-feira, setembro 25, 2009

Só hoje não quero ao teu lado me deitar
Esta noite quero só para mim
Na minha solidão
Que mesmo te tendo tão perto não passa
Quero mergulhar no meu eu
Ultrapassar meu além
Girar a ampulheta 
E deixar a areia do tempo fluir.



Um dia eu prometi
Não mais fugir de mim
E não me deixar por mais ninguém
Essa promessa vou cumprir
Até ao fim.


Olho para ti e te vejo parado
Inerte no tempo
Olho para mim
E a rotação é constante
E meus passos são longos
Apressados
Isso significa amor que o espaço entre nós é cada vez maior

Esta cada vez mais difícil regressar
Por que não corres até mim?
Como era no dia que nossas órbitas se chocaram
Não importa onde, como
Tem que ser agora


Tudo o que me importa não é aquilo que temos
Mas o que acreditamos
Ultrapassando aquilo que podemos ver
Então eu ando
E arrasto meus sonhos pelas costas
E quando canso
Empurro-os para frente
E quando paro, repouso sobre eles


Jogue-se comigo
Aprenda a voar
Uma asa embora curta pode te sustentar
Mesmo que por poucos minutos
Se alimente dos pequenos grandes detalhes
E aprenderás toda a essência da vida
Então suas asas serão grandes
E todos os precipícios serão meramente
Uma pedrinha abaixo dos teus pés.


Não tente me prender
Nem ouse me algemar
Ou jamais desejarás de novo amar
Meu passado é preenchido
Meu presente descoberto
E meu futuro tudo aquilo que eu puder acreditar
Portanto acredite
Ainda é tempo
Antes que eu voe com o vento
E não possa mais voltar.



Ainda estou aqui
E não me importo com nada do que possa acontecer
Desde que estejas ao meu lado
O impacto da convivência
A lei da sobrevivência
O que está ganho não está garantido


Deixe-me só
Somente esta noite
Para eu saber onde estou
E a vida que eu tinha antes
Para eu confirmar quem sou
E o quanto mais eu posso ser
Me resgatar 
Sempre que minh'alma tentar de mim escapar.



                                                                        (Lígia Breyer)

As Faces da minha Infância quinta-feira, setembro 24, 2009

    Saindo do Casulo
   Ano de 1984...piuííí,tic tic tic tic,piuííí,...o trem anda e minha concepção é consumada,talvez a trepidação tenha sido um agente importante para mamãe ter sido fecundada e diante de toda a agitação no passear pelos trilhos do Mato Grosso do Sul eis que minha vida foi iniciada.Pobres pais,mal sabiam a encrenca que arranjaram.
  Minha mãe carregava-me em seu ventre com muita felicidade,a pequena tão desejada,em seu útero se formava.Chegou o grande dia,17 de abril de 1985,15:10 pm , hora tão esperada,um médico japonês arrancou-me de suas entranhas,provavelmente ele me olhou,mas juro que não me lembro de nada.E o tempo foi passando,dos seios de minha mãe me alimentei até onde ela pôde,um problema em sua mama me fez mamar em outra ama,uma mãe de leite que hoje já não sei por onde anda.Antes do meu primeiro ano subimos o mapa e na Capital Federal fomos morar,na cidade Sobradinho,muitas coisas aprendi lá.Com menos de três anos de idade minha mãe voltou a engravidar e á outra menininha deu à  luz,minha irmãzinha Talita,linda,alva,de olhos azuis.Apesar da minha pouca idade ainda me lembro perfeitamente de quando fui à maternidade com meu pai e minha irmã mais velha e quando a olhei pela primeira vez no bercinho próximo ao leito de minha mãe,meu pai me ergueu porque minhas curtas pernas não me deixavam alcançar,então a fitei encantanda.
      Ainda lembro do pinheiro que tinha no jardim de casa e eu tomando leite na mamadeira perto dele,o Magno nosso cão fila brasileiro que eu fazia de cavalo,morreu envenenado,coitado!...As chuvas de granizo e eu e minha irmã mais velha,Rheyka, tentando apanhar as pedrinhas de gelo para chupar,só que a danada fazia, eu ,correr para pegar.Lembro também das amizades que ali tive e os rostos me vagam na memória.Cinco anos da minha vida se passaram ali na planejada cidade de Juscelino Kubitschek e neste período lembro de viagens que fizemos.
     Viajávamos sempre à uma fazenda em Goiás,íamos de carro e ainda recordo vagamente da estrada,das pontes de madeira nos precipícios enormes,a casa da fazenda,as emas caminhando livremente e eu e Rheyka tomando banho numa grande caixa de isopor.Minha mãe tentando dirigir,que desastre!As aventuras com meu pai à noite,uma cobra no meio do caminho da estrada de chão,a pescaria no rio com jacarés e meu pai como bom biólogo destemido me passava toda segurança de estar ali.Minha primeira cavalgada,montada numa égua sem cela,ai que tortura!quase me desmantela,minhas nádegas que o digam.E os jogos de cartas reunidos à mesa à luz de lampião,claro que eu não sabia jogar nada,mas ríamos,brincávamos,era de fato muito bom,tão bom que nem os anos apagaram da minha memória.
     Canoas,Rio Grande do Sul,nossas viagens de férias a visitar a família do meu pai e Maria a governanta da casa dos meus tios José e Urbano sempre nos recebendo com suas guloseimas, compotas, tortas, suspiros,merengues,tudo feito por suas prendadas mãos e que me faziam arregalar os olhos,afinal,qual criança não se sente enfeitiçada com doces á sua frente?A varanda coberta de uvas verdes no qual eu me pendurava na pérgola para comê-las.Cidreira,praia de água fria,salgada e levemente castanha...casa quase de frente ao mar,tantas recordações tenho de lá!As idas às dunas de areia e o "Pelé",filho da Maria,negão alto,me levava nas costas nas subidas,descidas rolando o corpo na areia e no final um laguinho cheio de girinos.O carrinho do vendedor de rebuçados,puxa-puxa,torrone,quindim,entre muitos nomes que só recordo o sabor,hummm! Um fim de tarde inesquecível,eu,minha mãe e minhas irmãs sentadas na mureta que nos erguia a ter uma vista maravilhosa do mar,o sol quase de ponho com o tempo nublado e as baleias a nos dar um espetáculo com suas caudas a salientar alto fora da água.Os jogos de taco-ball,o cestão de embalo...saudosos momentos da minha puerícia.
     
 

Incontroláveis Desejos sábado, setembro 19, 2009

O inevitável acontece
As pernas estremecem
Coração palpita
Garganta ansiosa por um grito
Que liberte
um desabafo da alma
um sopro em devaneio
Um suspiro de alívio.

Se meus olhos pudessem os teus fitar
Se minha boca
Ressequida de tanto desejo
Pudesse em teus lábios se banhar
Essa secura
Que minha pele põe em rugas
E uma palidez
Como se sangue não tivesse...
Talvez.

Sangue,
Púrpura magia,
Dá-me vida,
Calor,
Dia e noite,noite e dia.
E nas veias um ardor,
Para ti uma manifestação
Das sensações que me causas
Simplesmente por tuas palavras.
Insônia, inquietude...
Náuseas.

Longos são os dias
Incontáveis são as horas
O relógio marca séculos
Esquece-se de andar
E um amanhã de incerto encontro
Me desatina a certo ponto
Mas só me resta esperar
P'ra em teu misterioso abraço me atirar.

Por que a vida prega peças?
Por que o amor emergente demora quando se tem pressa?
Sede,
Fome,
De vida,
De emoção,
Quanto mais temos certeza
Mais entramos em contradição
Ah, pobre coração
Entrou no olho do furacão.

Agora o que me resta?
Diante das muralhas da prisão
Achastes uma fresta
E entrastes como água do mar em rocha
Inundando-me
Invadindo-me
Lavando-me
Curando minha cegueira e minha cólera.

AH! Sagaz solidão,
Megera,
No teu matrimônio
Jamais imaginastes tal armadilha
Será insensata quimera?
Como presa caístes
E o lobo prestes está
A consumir-te 
Mas ele olha-te nos olhos
E sua imagem se reflete
Como num espelho de pupilas dilatadas
Enxergando seu eu
E todo o amor que a si remete.

Sente-se então como sob a sombra de uma figueira
Admirando a aurora
De um dia de verão
Aonde os raios se transpassam entre as folhas
E o frescor dos ventos suaves
Não refrescam o calor de outrora
Calor de vida própria
Ei, por favor,
Não se demora
Meus desejos são p'ra já,
Agora!


                               (Lígia Breyer)

Despedida sábado, setembro 19, 2009

Sei que ainda estás a voar,
Meu anjo voa nas asas de um pássaro,
Pássaro de aço,
Bendito,
Maldito,que te trás e que te leva
Levou
Levou a terça parte do meu coração
E agora sinto-me perdida,
Sem rumo,
Sem direcção.


Anjo,
Use as tuas asas
Voe denovo em direcção ao meu peito
Arranque-me essa dor,
Esse misto de prazer e agonia
Que me faz rir chorando,
Ou me faz chorar sorrindo?


Estou com frio,
Me falta o calor dos teus braços
Estou com calor,
Me arde no peito o fogo dessa paixão,
Paixão?
Essa paixão já é Amor.


Dor
Sofrimento
Saudade
Alegria
Lembranças...
Ahhh!...doces lembranças
Toda vez que meus lábios cerram-se,
Automaticamente,meu lábios,sorriem.


Ainda posso te sentir
Teu cheiro,
Tua energia,
O sabor da tua carne labial
Isso nunca terá fim.


Marcou minha vida,
Fez sentir-me mulher de verdade
Me trouxe encanto,ternura,paz,sinceridade...
E o medo não mais permanece em minha vida
Dissipou-se como nuvens ao passares,
Nuvens que encobriam um arco-íris,
Cheio de cor,
Fantasia,
E que não finda.


                                          ( Lígia Breyer)

Presente de um Poeta sexta-feira, setembro 18, 2009

Mil luzes ardem no seu cabelo
Explodindo no mais belo riso
Olhas para ela e lembras-te do mais belo dia de verão
Em que o Sol passeia pelos teus dedos
Perdidos em tamanha perdição


Ela faz-me voar alto com a sua voz
Mais alto que tudo num doce banho quente
Em que respiro debaixo de água como os peixes
E adormeço mergulhado em mil deleites


Olhos feitos de mar,...felino
Trazem vagas,ondas,espuma de paz
Num nunca acabar,...lindo
Fazem-me esquecer todas as coisas más


Quando fazes beicinho do teu jeito especial
Com teus lábios misterioso sinal
Fazes-me acreditar que nada pode correr errado
Secas no meu rosto as lágrimas e seu sal
Tornas doce o meu mar salgado


A tua elegância,o teu andar
Flutuante,de mulher leopardo
Acorda os poetas da cidade
Os grafites devolvem a luz ás paredes,escondendo a sua vaidade
A cidade fica com teu perfume tatuado.

                                                               (Paulo Matos)